segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Corpos Genéricos

Corpos genéticos

Mataram três pessoas: Uma criança, Clara e o ébrio.

A aurora de uma vida
Interrompe-se pelo o ódio.
O sorriso verdadeiro
Não pedi, não canta, morre.

A infância adora
Interrompe-se mais uma aurora.
O térreo, confuso, da vida clamou choroso.
Houve brincadeiras e um crime.

Clara, mãe, filha e moça
Chorou já não chora.
Viveu intensamente... Amou verdadeiramente, ama.
Dona moça loira, seus mamilos acenderam vida.
Apagou-se a rotina
Agradecia o pão, rezava ao chão.
Seus olhos, Clara, já não fazem teu nome.

Sexta noite, goles e sede.
Dois olhos e uma vontade.
Já não era pai, não deixa de ser nunca.
O desequilíbrio que se faz com a bebida amarga
Completa-se com o presente pai.
Não há ausência de alimentos.
Nunca houve lamentos.
É viúvo
Há ausência de pessoas... Tornou-se ébrio
A vida caminha e espera conseqüências
A vida não para e por isso caminha até ao encontro da solução, não chora, apenas bebe.

Hoje não completa os corpos genéticos.
Houve um crime
A criança morrera.
O pai tornou-se só.
E a entidade família já não existe.
O mundo caminha e exige conseqüências.
Na Rua Guararapes houve um crime:
“Deixou-se um homem sem filho e sem mulher”
Tornou-se um desequilibrado.
Ninguém é culpado.
Mataram três pessoas: Uma criança, Clara e um ébrio.

Emerson Granja

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