A menina defenestrada
Muito mesmo se falou da menina defenestrada
O que não ouvi dizer foi das mortes desalmadas
Dessas que bem perto acontecem
E que por ofuscação dos edifícios
Rapidamente se esquecem
Dos preços que sobem?
Ninguém mais lembra
O que resta a nós?
Mudar de canal e ver se dá zebra
Se acontece que num desses
Não passe mais a tal menina
Que com tristeza se foi
E que com tristeza ainda fica
Servindo de “circo” pra o povo
E de “pão” pra o picoleseiro
Que o que vende num mês todo
Acabou-se no mosqueiro
Daqueles que esperavam os assassinos
Que as próprios moscas julgaram
Sem processo ou legalidades
Mas apenas com seus instintos
Que elegem os que nos governam...
A voz do povo é a voz de deus!
Mas errado ainda fico e omito
Se não acabar o que vos foi dito
Pois o circo quem faz é a mídia
E o pão ela mesma come
Das migalhas que sobram
Reciclam e ainda consomem
Se não quer fazer jornalismo
Faça apenas humorísticos
Que não seja aquela zorra
Bote o zorro que me contento
Mas que não venha com todo intento
Acabar com o que ainda resta
Da mente crítica e da inteligência
Do povo que lhe dá sustento.
George Gregório
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